Digital é alavanca de empreendedorismo feminino na América Latina, aponta estudo
Pesquisa inédita do grupo Dentsu Aegis Network revela que maioria das latino-americanas consideram tecnologia fundamental para o sucesso; no Brasil, vendas online é nicho a ser explorado
As mulheres latino-americanas que optam pelo caminho do empreendedorismo estão, cada vez mais, alcançando a independência plena: dependem cada vez menos de bancos e até da família para investir em seus negócios e têm renda média anual até quatro vezes superior à renda nacional de seus países de origem. Mas ainda têm espaço para crescer. A oportunidade? Apostar no digital.
É o que aponta o estudo “Hear Her Voice -- Ouvindo a voz das mulheres empreendedoras da América Latina", do grupo Dentsu Aegis Network, que traçou o perfil das empreendedoras na região, mais precisamente no Brasil, Argentina, Colômbia e México.
No total, mais de mil mulheres, com idades entre 18 e 54 anos, participaram da entrevista da pesquisa sobre a experiência de empreender e mais 153 mil foram monitoradas por meio das redes sociais (perfis e menções ao tema na web).
De maneira geral, o resultado mostra que, para as latino-americanas (88%), a tecnologia tem papel fundamental no sucesso do negócio; e 73% utiliza plataformas sociais para alavancar seus negócios.
Brasil: vendas online é nicho a ser explorado
Já no Brasil, 96% das mulheres avaliam como positivo o impacto da tecnologia no negócio --a maior proporção entre os quatro países pesquisados. Mas apenas 23% julga essencial o celular, por exemplo, para vender produtos e serviços.
A forma de pagamento mais aceita entre as brasileiras ainda é o dinheiro (26%). Novas tecnologias, como o Paypal, é a mais baixa, proporcionalmente, com 12%. Cartões de Crédito, 26% e transferências, 28%.
Aqui, as vendas online podem ser melhor exploradas, de acordo com o levantamento. Somente 12% das empreendedoras brasileiras vendem online. Esse índice é menor do que o das argentinas (22%), colombianas (8%) e mexicanas (9%).
Perfis dos negócios
O estudo revelou outro ponto em comum entre as empreendedoras latinoamericanas: os perfis dos negócios ainda são ligados ao universo feminino. Entre os principais mercados nos quais as latino-americanas estão presentes estão: cosméticos e cuidados pessoais (30%); roupas e acessórios (28%), alimentos e bebidas (14%) e tecnologia (5%). O recorte Brasil revela que o país está abaixo da média da região latam: cosméticos e cuidados pessoais (24%); roupas e acessórios (17%), alimentos e bebidas (11%) e tecnologia (2%).
Investimentos iniciais
O recorte sobre a origem dos investimentos iniciais mostra que, no Brasil, 38% utilizou economias próprias; 20% recursos da família; 9% dos maridos; e 4% de bancos. Vinte e nove por cento das brasileiras respondeu que não precisou de recursos iniciais.