Frente a um verdadeiro tsunami do turn over voluntário, vivenciado por diversos segmentos no mundo pós pandemia, e diante da tendência do futuro do trabalho smart work anywhere, que propõe um modelo de trabalho remoto pautado na mobilidade e foco em entregas; mais do que nunca as empresas e suas áreas de Recursos Humanos se deparam com o desafio de gerar senso de pertencimento e acelerar a integração de novos funcionários, viabilizando a sua capacidade produtiva e colaborativa junto ao negócio. Com o distanciamento físico torna-se desafiador o entendimento da nova empresa, sua cultura, valores e iniciativas estratégicas por parte do profissional recém-contratado; o que pode interferir na velocidade com a qual possa gerar os resultados esperados com o impacto desejado nos negócios.
Em estudo recente feito pela Talenses em parceria com a fundação Dom Cabral sobre Onboarding Remoto demonstra que apenas 41% dos profissionais conseguiram exercer todo o seu potencial de performance nos primeiros 2 meses e apenas 51% se sentiram plenamente adaptados a cultura organizacional, no mesmo período. Esses dados comprovam que a percepção de que basta dar um equipamento que o profissional deve passar a performar dentro das expectativas da empresa é mais do que ultrapassada. O levantamento conclui que apesar de integrações remotas satisfatórias, poucas empresas realmente investiram em promover uma experiência de fato, completa com atividades interativas com a equipe, alinhamento de expectativas com gestores e imersão prática nas atividades a serem exercidas com o apoio de um conjunto de profissionais. Assim, mais do que o conteúdo dos programas de Onboarding a forma como o experienciamos é um divisor de águas inclusive na retenção desses profissionais, principalmente quando vivenciamos uma disputa acirrada por determinados talentos, no mercado, que possuem o que chamamos de hot skill. Na minha pinião o Onboarding é um recurso fundamental a ser alavancado dentro dos ambientes organizacionais e que pode sim direcionar engajamento e senso de pertencimento.
Na dentsu, fizemos um verdadeiro mergulho nessa experiência dos primeiros 90 dias e redesenhamos o programa de Onboarding a partir da perspectiva do negócio e do profissional, cocriando com gestores e funcionários essa importante etapa do employee experience revisitando cada touch point dela. Hoje trabalhamos fortemente 3 pilares (Discover Perform Belong) em 4 camadas (Global, Mercado, Linha de Serviço e Cliente). Com isso buscamos apoiar o novo funcionário a experienciar a nossa cultura e valores, a compreender quais são as expectativas em relação ao seu papel, quais são as possibilidades de carreira e como pode trazer valor para o nosso cliente e impacto no nosso negócio. Tudo isso dentro de um ambiente de colaboração incentivando a inovação. Afinal na dentsu não buscamos apenas o culture fit mas o culture add ou seja acreditamos que cada talento veio para somar e nos apoiar a sonharmos cada vez mais alto e tornar esse sonho realidade.